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Welington Almeida Pinto
O estímulo
começa no berço, segundo a escritora Vivina de Assis Viana, que propõe misturar
livros aos brinquedos das crianças desde o primeiro choro.
Aproveitando
o conselho, dei um livro para minha sobrinha, a Carolina, quando completou um
ano de vida. Um exemplar especial, de plástico. A menina pegou o livro, olhou
atenta, tateou, virou daqui e dali, antes de levá-lo à boca. Legal. Pude
comprovar que ela estabeleceu uma relação de amizade com o livrinho. Parabéns,
Vivina!
O
escritor João Ubaldo Ribeiro lembra que seu pai proibia os filhos de entrar em
sua biblioteca, mas sempre esquecia a porta aberta. Ziraldo defende que, para a
criança, ler é mais importante do que estudar.
O
professor Davi Anigucci, afirma que o livro é um poderoso instrumento de
mudanças na sociedade. Afirma que a
leitura é sempre alguma coisa espantosa: passamos a decifrar, de algum modo, o
mundo através das letras. Em grau maior ou menor, somos trateadores sobre
letras. É por esse tateio sobre as letras que tentamos reconhecer o mundo que
nos cerca e a nossa própria face neste vasto mundo. Vamos dizer que a
experiência da leitura é a nossa ventura, a história romanesca em que
penetramos pelos simples ato de abrir um livro.
Criança
que toma gosto pela leitura vai ler a vida toda. Será um adulto consciente de
seu papel na sociedade; incorruptível. Não me refiro à cultura letrada,
erudita, canônica. Penso na cultura como um costume, um comportamento estável
de alguém que se apropriou de algo como de ler romances. O livro, de uma forma
ou outra, melhora a visão.
O BRASILEIRO PRECISA LER MAIS
O
Brasil precisa levar mais a sério a difusão da cultura entre seu povo. Encarar com
seriedade o programa ‘Educação para Todos”, da UNESCO. Caso contrário, o
compromisso de cumprir metas de crescimento social até 2015 pode fracassar.
Nesses
últimos cinco anos, progredimos ou não? O MEC criou mais vagas para o ensino
fundamental, mas deixou de avançar na qualidade. Resultado: ainda existe no
país milhões de brasileiros rotulados de analfabetos funcionais. Metade dos
alunos da 4ª série ainda tem desempenho crítico ou muito crítico em leitura,
reconhece o órgão.
Uma
competente arma seria apressar a regulamentação da Lei do Livro, sancionada em
outubro de 2003, criando mecanismo de estímulo, fomento, difusão da literatura
na escola, e fora dela. Ao Comitê de Regulamentação, sugerimos a criação da
Loteria Cultural para garantir recursos às Bibliotecas Públicas, implantar o
Selo Social para despachos de livros e a inclusão de um Livro Infantil na Cesta
Básica do Trabalhador, atitude que há mais de quinze anos lutamos pela
aprovação de um projeto nesse sentido.
* FBN©
- 2013 – Como e Porque Formar Leitores - Categoria: Crônica. Autor: Welington Almeida Pinto -
Iustr.: Imagem Internet - Link: http://leidolivrobr.blogspot.com.br/2011/01/lei-do-livro-institui-politica-nacional.html
Parabéns! Mas... é preciso encontrar alguém no Congresso para defender esse programa em defesa do livro. Estou aposentada. Remeta esse mail de redenção dos livros, nossos amigos, às Faculdades de Letras e às Academias do país.
ResponderExcluirÉ a única idéia que me ocorre.
Macte animo! MJosé de Queiroz