2011-01-27

IV - COMO E PORQUE FORMAR LEITORES

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Welington Almeida Pinto

 

O estímulo começa no berço, segundo a escritora Vivina de Assis Viana, que propõe misturar livros aos brinquedos das crianças desde o primeiro choro.

Aproveitando o conselho, dei um livro para minha sobrinha, a Carolina, quando completou um ano de vida. Um exemplar especial, de plástico. A menina pegou o livro, olhou atenta, tateou, virou daqui e dali, antes de levá-lo à boca. Legal. Pude comprovar que ela estabeleceu uma relação de amizade com o livrinho. Parabéns, Vivina!

O escritor João Ubaldo Ribeiro lembra que seu pai proibia os filhos de entrar em sua biblioteca, mas sempre esquecia a porta aberta. Ziraldo defende que, para a criança, ler é mais importante do que estudar.

O professor Davi Anigucci, afirma que o livro é um poderoso instrumento de mudanças na sociedade. Afirma que a leitura é sempre alguma coisa espantosa: passamos a decifrar, de algum modo, o mundo através das letras. Em grau maior ou menor, somos trateadores sobre letras. É por esse tateio sobre as letras que tentamos reconhecer o mundo que nos cerca e a nossa própria face neste vasto mundo. Vamos dizer que a experiência da leitura é a nossa ventura, a história romanesca em que penetramos pelos simples ato de abrir um livro.

Criança que toma gosto pela leitura vai ler a vida toda. Será um adulto consciente de seu papel na sociedade; incorruptível. Não me refiro à cultura letrada, erudita, canônica. Penso na cultura como um costume, um comportamento estável de alguém que se apropriou de algo como de ler romances. O livro, de uma forma ou outra, melhora a visão.

O BRASILEIRO PRECISA LER MAIS

O Brasil precisa levar mais a sério a difusão da cultura entre seu povo. Encarar com seriedade o programa ‘Educação para Todos”, da UNESCO. Caso contrário, o compromisso de cumprir metas de crescimento social até 2015 pode fracassar.

Nesses últimos cinco anos, progredimos ou não? O MEC criou mais vagas para o ensino fundamental, mas deixou de avançar na qualidade. Resultado: ainda existe no país milhões de brasileiros rotulados de analfabetos funcionais. Metade dos alunos da 4ª série ainda tem desempenho crítico ou muito crítico em leitura, reconhece o órgão.

Uma competente arma seria apressar a regulamentação da Lei do Livro, sancionada em outubro de 2003, criando mecanismo de estímulo, fomento, difusão da literatura na escola, e fora dela. Ao Comitê de Regulamentação, sugerimos a criação da Loteria Cultural para garantir recursos às Bibliotecas Públicas, implantar o Selo Social para despachos de livros e a inclusão de um Livro Infantil na Cesta Básica do Trabalhador, atitude que há mais de quinze anos lutamos pela aprovação de um projeto nesse sentido.

 

* FBN© - 2013 – Como e Porque Formar Leitores - Categoria: Crônica. Autor: Welington Almeida Pinto - Iustr.:  Imagem Internet - Link: http://leidolivrobr.blogspot.com.br/2011/01/lei-do-livro-institui-politica-nacional.html

 

 

Um comentário:

  1. Parabéns! Mas... é preciso encontrar alguém no Congresso para defender esse programa em defesa do livro. Estou aposentada. Remeta esse mail de redenção dos livros, nossos amigos, às Faculdades de Letras e às Academias do país.
    É a única idéia que me ocorre.
    Macte animo! MJosé de Queiroz

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